Passos da Via Sacra, esculpida por Aleijadinho, em madeira cedro.

MUDANÇAS

Toda mudança carrega em si o eco do passado, com todos os ruídos, risos e dores.

Quando as mudanças são esperadas e desejadas iluminam nossa vida, abrindo através do filtro de nossa perspectiva uma alegria indizível, que tempera nossos dias com o perfume de todas possibilidades felizes, mesmo que saibamos que haverá também dias cinzentos e chuvosos, porque a vida é assim mesmo, com expansão e retração, mas esquecidos de nossa própria humanidade, inebriados, mergulhamos no nosso oceano pessoal de felicidade.

Mas não é sobre esta mudança que quero falar, mas sim daquela que nos alcança inesperadamente e com seus dedos agarram nossa vitalidade e dali retiram a vontade de ser feliz.

Nestes dias lutamos para levantar, comer e fazer a mais tola atividade exige um esforço absurdo. Lutamos intimamente para que aflore aquela pessoa que sabemos que somos, mas que escondeu-se na sombra do nosso medo.

São nos momentos dolorosos de ruptura e perda que muitas vezes questionamos o propósito da nossa vida e também é através destas perguntas que encontramos a nossa resposta pessoal para uma nova historia que se deixarmos será melhor porque teremos respeitado o ciclo de que tudo que nasce um dia morrerá, só não sabemos quando.

Muitos de nós certamente se fizer um pequeno esforço lembrará de alguém que repete exaustivamente a mesma história a muitos anos, evidenciando fatos, muitas vezes com muita mágoa, porque não procurou intimamente sua resposta e decididamente para a mesma pergunta haverá inúmeras soluções, segundo a nossa exigência de felicidade.

Todos poderemos encontrar um novo caminho, mas ele apenas poderá ser percebido no silencio do nosso coração. Naquele silêncio onde as portas e janelas se abrem e percebemos que poderemos mergulhar profundamente no mistério da nossa fé e nos reerguer plenos em confiança e gratidão, comungando generosamente com tudo que existe. Aí então estaremos prontos para iluminar nossa realidade, com um novo começo.