Pimenta Alecrim Palavra - Sonia Guzzi

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terça-feira, 26 de abril de 2011

Minha dor



Minha dor não tem som nem gesto,
passa discreta com seu rastro pegajoso,
qual lesma laboriosa sob o sol quente e claro,
juntando da terra os gritos, sangue e pranto.


Minha dor não tem gestual de motim ou alarde,
penetra sem ruído nas madrugadas enlutadas,
deita seu alento no colo débil da noite que estremece,
espoca silenciosa no subterrâneo de todos os lamentos,
percebo então que já não é mais minha,
na vastidão do mundo é a dor de todos os homens.

Sonia Guzzi

sábado, 16 de abril de 2011

Pensamento

Se de noite chorares pelo sol, não verás as estrelas.




Rabindranath Tagore

terça-feira, 12 de abril de 2011

Trigo, memória e fogo.




As mãos cobiçosas delineiam,

na farinha fina e branca que esvoaça,

na memória, passos íntimos ressoam,

doce aroma, abrigando de ameaças.


O alecrim peleja o óleo que impregna,

o fermento libertário ensoberba,

no rubro quente, a intenção tensiona e finda,

trigo deleite, exultante, cumpre a promessa.


Sonia Guzzi

terça-feira, 5 de abril de 2011


Poeta que admiro muito. Foi publicado na coletânia, Poesias, contos e crônicas, pela AEAR( Associação dos escritores de Araraquara).


Sombras


Há uma leveza de sombra

Nas lembranças desta rua,

Nesta espera antiga e nua

Por alguém que já não vem


Há uma leveza de sombra

No amor que se insinua

Pela noite, como a lua,

Deslizando sem ninguém.


Mas a sombra deste sonho

É a saudade que flutua

Numa casa abandonada


Onde a alma continua

Como um céu subindo a escada

Rumo à luz da sombra tua.


Mauro Rodrigues dos Santos