Pimenta Alecrim Palavra - Sonia Guzzi

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sábado, 1 de dezembro de 2012

A roda da vida



Roda da vida

Velha promessa, manancial fluente,
rio despejado em fogo abrasador,
rompendo a aurora espargirá o sono,
cambaleando ébrio, vencendo a sua dor.

Alma insondável, pão e estrela,
peregrina, um canto, um louvor,
no vento frio procura o seu brilho,
suspira e um sopro elimina o temor.

No tempo soa a hora esquecida,
o enigma acaricia docemente,
no vão do tempo o guardião eterno.

Fica o feto, o osso e a terra.
Fica o templo, videiras e jardins.
Fica a noite, o dia e as estações.

Sonia Guzzi

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Caminhante



Meus olhos choveram quando cheguei aqui.
Permeando suspiros e celebração
comecei minha viagem de volta.

Sonia Guzzi

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Plantio



A nuvem explode descontente e salpica a terra vermelha com as lágrimas de Deus.
É tempo de plantio, gentileza, pés descalços e estrelas amigáveis.
Tempo de preencher espaços...


Sonia Guzzi

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Manoel de Barros

Com a poesia de Manoel de Barros, meus olhos derrubam parapeitos para encontrar a delícia dos primeiros anos. Sem reservas, consigo ver a menina brincando de amarelinha...
O poeta me faz sonhar...


"As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul-
Que nem uma criança que você olha de ave."

"Poesia é voar fora da asa."

"Em casa de caramujo até o sol encarde."

Manoel de Barros


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Falando de amor

Outro dia perguntei ao seu Quirino sua experiência de amor e ele me respondeu:

"Um dia bem longe no tempo o amor me feitiçou. Eu sabia que ela me queria tamém, mais, nossa precisão de amor esbarrou em tantas outras querencias, que deixei a vontade escorrendo e fugi pra outras banda. Fiquei vazio por uns tempo, até que encontrei a mulher que é minha. Hoje sei que nossa precisão de amor cabe certinho no tamanho da felicidade".

Quer declaração mais poética e sincera?
Obrigada seu Quirino!



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Compartir com gentileza






Olá.
Solidária, a querida Vera, gentilmente publicou no seu blog, um trecho do meu livro.
Obrigada pelo apoio e delicadeza do gesto.
Valeu, menina!
Beijo, em divina amizade.
Confira:

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Homenagem

Quero homenagear o poeta Mauro Rodrigues dos Santos. Mágico com as palavras continua encantando a todos nestes cinquenta anos de trabalho, sem nunca ter publicado um livro. A Associação dos escritores de Araraquara está empenhada em publicar seu primeiro livro. Tenho certeza que será uma preciosidade.
Respeitosamente, parabéns poeta.
.

 Mensagem

Silenciosa como a neve
A mensagem vaga e breve
faz do sonho um juramento

e não guarda o sentimento
do amor que já não escreve
nesses muros sob o vento

Como sombra de tão leve
A mensagem doce e vaga
Se desmancha sob o tempo

Solidão que a noite afaga
Terna imagem que se apaga
Entre o muro e o esquecimento.


Mauro Rodrigues dos Santos

sábado, 21 de julho de 2012

Deslizando...




Deixei as nuvens carrancudas, os gestos imprudentes e escorreguei através da dança criativa com seu vento rápido. Deslizei mansamente pelas frestas do tempo... Permiti que o sonho cumprisse o seu papel.

Sonia Guzzi

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lançamento do livro- Alma, luz e cotidiano.


Meu carinho à todos queridos que prestigiaram o lançamento do meu livro- Alma, luz e cotidiano. Agradeço também ao jornal Imparcial de Araraquara, a Tribuna de Araraquara pela divulgação e aos patrocinadores  Casa da Cultura, Multiflex e Boutique das flores.
Foi uma noite com muito carinho e amizade.
Um grande abraço, com minha gratidão.
Em divina amizade.
Sonia Guzzi


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Alma, luz e cotidiano

Convido os amigos para o lançamento do meu segundo livro.
Dia 06 de julho no teatro Wallace em Araraquara, centro, as 20:00 horas, e dia 12 de agosto na bienal de S.Paulo, no estande da livraria Scortecci, das 19:30h às  21:30 horas.
Aguardo vocês.
Gde abraço, em divina amizade.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

João Gilberto Noll, no Sesc Araraquara


O encantamento de João Gilberto Noll.


Quando João Gilberto Noll sobe no palco e começa a ler trechos de seu trabalho, alguma coisa mágica acontece.

Não está no nível de acontecimentos ordinários, mas, no bolso latente, onde o mistério de uma narrativa profundamente exuberante de possibilidades desconhecidas, mas ao mesmo tempo familiares, acontece.

Aquele lado da alma que estendida em suas múltiplas probabilidades se revela, quase como alguma coisa sobrenatural.

Naquele momento, o intelecto recua para que a alma em plenitude se torne astro.

A profundidade da exposição do personagem não permite que o intelecto realize nenhum vôo rasante a procura de perguntas inadequadas. É um momento onde devemos deixar que nossa alma mergulhe humildemente no silêncio, e agradecer aquele instante de entrega e vulnerabilidade.

Na minha opinião, faltou Noll no palco, revelando seu trabalho, com sua inigualável linguagem musical . Faltou gratidão e...faltou silêncio.


Sonia Guzzi

terça-feira, 5 de junho de 2012

Inspiração




" Aprendi silêncio com os falantes, tolerância com os intolerantes e gentileza com os rudes; ainda, estranhamente, sou ingrato a esses professores"

Kahlil Gibran
  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Produção literária

Um curso que desconstrói vícios, para que possamos  descobrir nossa grafia literária.
É assim que considero o curso de Produção literária, oferecido pela Casa da cultura de Araraquara e ministrado pelo professor e idealizador do projeto, Assis Furtado.
Parabéns a Casa da cultura pela iniciativa e ao ministrante, Assis Furtado, pelo seu desenvolvimento.
Segue o link:
.http://prodlit.blogspot.com.br/

Sonia Guzzi

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Membros da Academia Araraquarense de Letras tomam posse




Os 37 membros da Academia Araraquarense de Letras tomaram posse na sexta-feira, dia 25 de maio, no Centro Internacional de Convenção Nelson Barbieri, com a presença do prefeito Marcelo Barbieri, presidente de honra da Academia. A Academia foi fundada em 19 de abril de 2009 com o objetivo de valorizar a língua e a literatura nacionais, bem como, promover e estimular a produção literária e socio cultural, e surgiu por iniciativa da escritora Aparecida Aguiar, autora do Hino de Araraquara.

Membros  da Academia Araraquarense de Letras:
1ª cadeira - Darcy Oliveira Lins.
Patrono: Ruth Correia Leite Cardoso.
2ª cadeira - Aparecida Jesus de Godoy Aguiar.
Patrono: Pio Lourenço Correa
3ª cadeira - Gislaine de Godoy Aguiar.
Patrono: Jose Maria de Toledo Malta.
4ª cadeira- Carlos Aparecido Idalino Varela Gonçalves.
Patrono: Euripedes Malavolta.
5ª cadeira - João Luiz Ultramari
Patrono: Líbio Jose Martire.
6ª cadeira - Darcy Maria Alves Barelli.
Patrono: Cecília Meirelles
7ª cadeira - Celia Regina Pires
Patrono: Paulo Correa da Silva
8ª cadeira - Rosmari Aparecida Capelo
Patrono: Wallace Leal Valentim Rodrigues
9ª cadeira - Dario Gonçalves da Silva
Patrono: Orlando Guimarães Vilani
10ª cadeira - Sarah Coelho da Silva
Patrono: Enoé Coelho
11ª cadeira - Osvaldo Romio Zaniolo
Patrono: Alexandre Marcondes Machado
12ª cadeira - Adriana Cássia de Carvalho
Patrono: Osvaldo de Andrade
13ª cadeira - Nereide Gentil Francisca
Patrono: Clemente Segundo Pinho
14ª cadeira - Sonia Maria de Souza Guzzi
Patrono: Rodolfo Telarolli
15ª cadeira - Mauro Rodrigues dos Santos
Patrono: Paulo Correa da Silva
16ª cadeira - Alex Fabiano Gonçalves
Patrono: Augusto Rodrigues Carvalho dos Anjos
17ª cadeira - Rosa Isabel Spagnuolo da Costa
Patrono: Wanda Albertina Canutti
18ª cadeira - Cecília Martinez Pagliarini
Patrono: Horacio de Campos Martinez
19ª cadeira - Jose Maria Viana de Souza
Patrono: Sidney Schiavon
20ª cadeira - Especioso Martinez Alonso Neto
Patrono: Graciliano Ramos
21ª cadeira - Tiago Romano
Patrono: Jose Castellani
22ª cadeira - Márcia Suzumi
Patrono: Manuel Bandeira
23ª cadeira - Vilma Tereza Scarpin
Patrono: Mario de Andrade
24ª cadeira - Michelle Franzini Zanin
Patrono: Jose Roberto Telarolli
25ª cadeira - Carlos Nascimento
Patrono: Waldemar Safiotti
26ª cadeira - Jose Welington Pinto
Patrono: Dorival Alves
27ª cadeira - Antonio Clovis Pinto Ferraz
Patrono: Roberto Barbieri
28ª cadeira - Fernando Passos
Patrono: Walter Medeiros Mauro
29ª cadeira - João Batista Galhardo
Patrono: Rubens Barbosa de Moraes
30ª cadeira - Selma Salum Alves
Patrono: Dante Moreira Leite
31ª cadeira - Ana Luiza Coletti Ricci
Patrono: Aloizio de Azevedo
32ª cadeira - Luiz Antonio do Amaral
Patrono: Elcio Fernandes
33ª cadeira - Darcy Aparecida Dantas
Patrono: Carlos Drummond de Andrade
34ª cadeira - Guacira Marcondes Machado
Patrono: Orancio Vaz de Arruda Filho
35ª cadeira - Yolanda Teixeira Monteiro
Patrono: Machado de Assis
36ª cadeira - Reinaldo Polito
Patrono: Frei Francisco do Monte Alberne
37ª cadeira - Jorge Cury
Patrono: Jorge de Sena

Informações coletadas do jornal: O Imparcial, de Araraquara.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vigiai...

Você pode sentir a doce onda da brisa, e fartar-se da sua suavidade. Ainda assim, atrás da sua sedutora e ilusória maciez existe um precipício, espreitando com seu silêncio...

Sonia Guzzi

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Noite musical e poética

Dia 29 de Abril, foi lançado no teatro Vitória em Limeira, o show divulgando o cd  Elixir. Música de refinada qualidade e inúmeros poemas emocionaram o público.
O projeto foi idealizado pelo jornalista e escritor Otacílio Monteiro em parceria com o músico Emanuel Massaro. 
Foi um evento inesquecível.
Agora os autores definirão a agenda de shows para divulgação do trabalho.

domingo, 6 de maio de 2012

suspiros e recomeços


O encanto que enlaça,
na dança que abraça,
alça voo com graça,
do desejo a utopia,
o futuro e o medo,
a emoção e o enredo,
o engano e o degredo,
dor sem analgesia.

O comboio que passa
apita e a fé caça,
e a mágoa estilhaça,
A dor... desfalece,
o orgão vital sorri,
mesmo sem bisturi,
gargalha em frenesi,
e a luz reaparece.

Sonia Guzzi


terça-feira, 27 de março de 2012

A escolha


Como traidor de seu sonho, desfilava o veneno no rosto disfarçado de indiferença.
Também prometeu felicidade, na voz desfigurada de mágoa, tristeza e mistério.
E assim construiu suas manhãs, negando na emoção da primavera a pausa de um beijo
Escravo de seus pesares, sumiu, entre o mofo e as flores murchas de sua solidão.
Simplesmente vestindo o frio vento dos seus pesares.
Na emboscada...de seus próprios passos.
 
Sonia Guzzi

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia da poesia

                                        A Ilha

Todas as ilhas do mar foram feitas pelo vento.
Mas aqui, o coroado, o vento vivo, o primeiro,
fundou sua casa, fechou as asas, viveu:
a mínima Rapa Nui repartiu seus domínios,
soprou, inundou, manifestou seus dons
até o Oeste, até o Este, até o espaço unido
 até que estabeleceu germes puros,
até que começaram as raízes.



Pablo Neruda

quarta-feira, 7 de março de 2012

O tempo que vive em mim

Além da trilha do tempo, oculto nas dunas da vida, ressona o hálito do vento, na areia branca que busca o céu. 
Sutil o tempo passa!
Pranteia o bosque e o morro cai.
Se eu pudesse, esticaria os braços, além da desordem amassada de dias desbotados e sementes esquecidas.
Estancaria com meus dedos verdes, cabelos repletos de seiva, a encosta que desmaia, arrastando utopias.
Ondularia com enlevo sedutor a dança da alforria, sem prudência ou temor, e deitaria meu amor na terra doce e áspera. 
Sonharia eternamente, no quintal do céu, que um dia nós fomos promessa.

Sonia Guzzi

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um dia encantado

O sol quente correu apressado assim que abri a porta de casa. Sentou-se no meio da sala, espalhando seus dedos pelas cortinas, almofadas e ainda num arroubo de atrevimento esgueirou-se pelas cadeiras. Naquele momento era tirano absoluto. Felizmente meu bom humor riu-se daquela invasão, e preferiu buscar a bebida quentinha na cozinha, onde o aroma de ervas  já se espalhava convidando ao preparo do almoço.
Nem mesmo havia terminado de saborear o café, quando o pássaro Timóteo assoviou, bem ao lado do manjerição dependurado no parapeito da janela. Estiquei as mãos, onde ele imediatamente pulou com jeito  ressabiado e traquina. Ele realmente é muito gracioso e arteiro. Gosta de provocar.
Uma paz pulsante, como um grande respiro de Deus, abraçou o meu lar. Fiquei quieta, com receio de perder aquele momento.
No quarto dos meus filhos, os quais, hoje  adultos, independentes e moradores de outras casas, um burburinho fez-se ouvir. Eram as brincadeiras de suas infâncias. Entre palhaços, trem da alegria, brinquedo Atare, minhas crianças desfilavam seus olhinhos risonhos e joelhos ralados. No quarto do outro lado do corredor, que era onde meus pais ficavam quando nos visitavam, ouvi um leve ruído, e curiosa,  rapidamente desci os dois degraus que o separa da cozinha. Surpresa e feliz revi os meus primeiros amores,  confidenciando uma convivência de sessenta anos. Depois, na escrivaninha antiga, com perfume de meus antepassados, percebi meu marido absorto, entregue aos cuidados com a poupança desejada, que poderia custear os estudos dos nossos filhos. Revi uma jovem mãe, correndo entre o trabalho remunerado, os cuidados com o lar, a vigilância com os filhos, o medo com a doença dos pais...
Nesse dia percebi muitas coisas. Muitos abraços perdidos, carinho adiado, palavra esquecida. Mas, em meio a tudo isso, pude ver muitos corações se enroscando, vitalizando, investindo fé e compaixão, tornando muitas vezes o testemunho individual suportável e comovente.  Corações que muitas vezes se transformaram, esquecendo a própria dor, para acolher, confortar, inflar coragem.
Foi  neste pequeno núcleo, que desafiadoramente, juntos aprendemos como caminhar neste mundo, onde cada dia é um belo presente de Deus. Sabendo  que o nosso universo pessoal é repleto de possibilidades  e que em cada decisão reside uma conquista, que poderá nos esvaziar ou colorir o espírito de luz, esperança e sentido.

Sonia Guzzi


Sonia Guzzi

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amados pés

Amados pés, caminheiros obstinados.
Sob sois amenos e ventos atrevidos,
entre estradas nuas e verdes estações,
construí calosidades neste meu tempo.
Depois, o outono soprou folhas secas,
cobrindo a relva orvalhada de esperança.
Ainda assim, pisei o desenho no céu,
busquei a estrela nos meus passos,
e a brisa soprou mais uma vez.
Amados,
nobres,
pés...

Sonia Guzzi

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Prece da moça teimosa


Senhor da chuva e do vento,
da relva, do sol e do mar,
tornai-me suave e devota,
e fugindo daquele olhar.

Se compreender que eu  mereço,
 padecer de banzo e de dor,
esquecer o meu pedido,
e deixai-me sofrer de amor.

Mas se por brandura e pena,
aprovar minha  petição,
agradeço sua bondade,
mas sou teimosa e digo não.

Sonia Guzzi