Pimenta Alecrim Palavra - Sonia Guzzi
terça-feira, 27 de março de 2012
A escolha
Como traidor de seu sonho, desfilava o veneno no rosto disfarçado de indiferença.
Também prometeu felicidade, na voz desfigurada de mágoa, tristeza e mistério.
E assim construiu suas manhãs, negando na emoção da primavera a pausa de um beijo
Escravo de seus pesares, sumiu, entre o mofo e as flores murchas de sua solidão.
Simplesmente vestindo o frio vento dos seus pesares.
Na emboscada...de seus próprios passos.
Sonia Guzzi
quarta-feira, 14 de março de 2012
Dia da poesia
A Ilha
Todas as ilhas do mar foram feitas pelo vento.
Mas aqui, o coroado, o vento vivo, o primeiro,
fundou sua casa, fechou as asas, viveu:
a mínima Rapa Nui repartiu seus domínios,
soprou, inundou, manifestou seus dons
até o Oeste, até o Este, até o espaço unido
até que estabeleceu germes puros,
até que começaram as raízes.
Pablo Neruda
Todas as ilhas do mar foram feitas pelo vento.
Mas aqui, o coroado, o vento vivo, o primeiro,
fundou sua casa, fechou as asas, viveu:
a mínima Rapa Nui repartiu seus domínios,
soprou, inundou, manifestou seus dons
até o Oeste, até o Este, até o espaço unido
até que estabeleceu germes puros,
até que começaram as raízes.
Pablo Neruda
quarta-feira, 7 de março de 2012
O tempo que vive em mim
Além da trilha do tempo, oculto nas dunas da vida, ressona o hálito do vento, na areia branca que busca o céu.
Sutil o tempo passa!
Pranteia o bosque e o morro cai.
Se eu pudesse, esticaria os braços, além da desordem amassada de dias desbotados e sementes esquecidas.
Estancaria com meus dedos verdes, cabelos repletos de seiva, a encosta que desmaia, arrastando utopias.
Ondularia com enlevo sedutor a dança da alforria, sem prudência ou temor, e deitaria meu amor na terra doce e áspera.
Sonharia eternamente, no quintal do céu, que um dia nós fomos promessa.
Sonia Guzzi
Sutil o tempo passa!
Pranteia o bosque e o morro cai.
Se eu pudesse, esticaria os braços, além da desordem amassada de dias desbotados e sementes esquecidas.
Estancaria com meus dedos verdes, cabelos repletos de seiva, a encosta que desmaia, arrastando utopias.
Ondularia com enlevo sedutor a dança da alforria, sem prudência ou temor, e deitaria meu amor na terra doce e áspera.
Sonharia eternamente, no quintal do céu, que um dia nós fomos promessa.
Sonia Guzzi
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