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terça-feira, 26 de abril de 2011

Minha dor



Minha dor não tem som nem gesto,
passa discreta com seu rastro pegajoso,
qual lesma laboriosa sob o sol quente e claro,
juntando da terra os gritos, sangue e pranto.


Minha dor não tem gestual de motim ou alarde,
penetra sem ruído nas madrugadas enlutadas,
deita seu alento no colo débil da noite que estremece,
espoca silenciosa no subterrâneo de todos os lamentos,
percebo então que já não é mais minha,
na vastidão do mundo é a dor de todos os homens.

Sonia Guzzi

4 comentários:

  1. Sublime Poetiza Linda e Amiga:
    "...Minha dor não tem som nem gesto,
    passa discreta com seu rastro pegajoso,
    qual lesma laboriosa sob o sol quente e claro,
    juntando da terra os gritos, sangue e pranto..."

    Linda. Linda. Linda.
    Simplesmente, uma delícia poética.
    Escreve com magia em versos fabulosos.
    Parabéns.
    Tem um Blogue de fascínio.
    Tudo aqui maravilha.
    Abraço amigo de respeito profundo pelo seu harmonioso e perfeito sentir.
    Com respeito.
    Sempre a admirá-la

    pena

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  2. A dor geralmente chega com discrição mesmo, sem fazer alarde. Silenciosa e sem gestos, como colocou em seu lindo poema.
    Amei!

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  3. Que profunda e gostosa sua poesia. Grata pela visita e volterei aqui mais vezes....Muito prazer!

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  4. Hoje que vi que estamos no Fresta Poética. Quando conheci seu blog não reparei o selo.
    Por falar em selo, pegue o meu. É simples, mas ficarei honrada.
    Bjs.

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